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Itabira

Ouro Minas: Defesa de influenciador preso por proferir ofensas racistas nega injúria e alega ‘mal entendido’

A defesa do influenciador digital Igor Palácio, de 29 anos,
preso nessa sexta-feira (20) acusado de cometer injúria racial contra um funcionário terceirizado do Hotel Ouro Minas
, no bairro Ipiranga, região Nordeste de Belo Horizonte, afirma que aconteceu um “mal entendido”. O advogado Fabiano Lopes, que representa o suspeito do crime, negou, à Itatiaia, que ele tenha proferido insultos racistas contra o repositor de bebidas.

O advogado afirma que seu cliente estava hospedado no Ouro Minas após um show que aconteceu no Mega Space, em Santa Luzia, na região metropolitana de Belo Horizonte, e acordou “durante um momento de intimidade com sua companheira”. Então, ele percebeu que alguém estaria “olhando pela porta tudo o que estava acontecendo”.

Então, na versão da defesa, o influenciador teria “tirado satisfação” com o funcionário e questionado o que estaria acontecendo. Em seguida, o repositor de bebidas saiu do local e Igor Palácio se vestiu e foi atrás dele. O homem então teria “dado um safanão”, um “empurrão”, no funcionário, e, em seguida, ido à recepção reclamar do que aconteceu.

Momentos depois, conta o advogado, seu cliente teria sido surpreendido pela Polícia Militar no quarto do hotel, que alegou que o funcionário lhe acusou de ter proferido contra ele injúrias raciais. Então, o influenciador foi preso em flagrante e ficou por 14h na Central de Flagrantes da Polícia Civil.

A defesa de Palácio alega que, quando foi ouvido na delegacia, o funcionário terceirizado do hotel teria dado versões contraditórias sobre o crime, e afirmado que Igor apenas teria proferido “palavras de baixo calão”.

A defesa apresenta imagens de um circuito de câmeras do hotel como argumento para a versão de Palácio, nas quais o funcionário aparece, por algum tempo, na porta do quarto do influenciador, aparentemente tentando avistar o quarto.

O advogado classifica o ocorrido como “um mal entendido”. “Mas no final, tudo deu certo. A liberdade foi instituída e o Igor segue a vida dele”, conclui.

O funcionário terceirizado do Ouro Minas foi procurado pela Itatiaia para comentar as alegações da defesa, mas não quis se pronunciar.

Boletim de ocorrência

De acordo com o boletim de ocorrência, o influenciador foi preso sob a suspeita de cometer injúria racial contra o funcionário. Conforme o registro policial, no final da manhã de sexta-feira, a vítima tentou entrar no quarto do hóspede para repor as bebidas. Em seguida, bateu três vezes na porta, anunciou que entraria e não teve resposta.

O trabalhador, então, abriu a porta. Nesse momento, o suspeito apareceu, o xingou com palavrões e o chamou de “preto” e “macaco”, conforme registrado pela Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG).

Além das injúrias, o hóspede é acusado de dizer que mataria o rapaz se a namorada dele estivesse nua no quarto. O funcionário pediu desculpas e deixou o quarto. No entanto, foi perseguido e atingido com um soco pelo influenciador.

O hóspede também é acusado de ir até a recepção e dizer que iria “encher de tiro” o hotel. A Polícia Militar foi acionada para a ocorrência. Aos militares, o homem alegou que somente se surpreendeu com a entrada do trabalhador no quarto, pediu para ele sair e, do lado de fora, deu um empurrão nele.

O suspeito foi levado para a Delegacia de Plantão, localizada na rua Pouso Alegre, no bairro Floresta, regional Leste de BH. A reportagem da Itatiaia entrou em contato com a administração do Hotel Ouro Minas, que somente confirmou o ocorrido, mas ainda não se pronunciou oficialmente. O espaço segue aberto.